27/06/2024 às 16h00min - Atualizada em 29/06/2024 às 08h01min

Por que recorrer ao balão intragástrico?

ÍCARO AMBRóSIO
Dr. Leonardo Salles - Divulgação

A cirurgia bariátrica ainda vem sendo amplamente difundida no universo da medicina estética, mas ao mesmo tempo é um procedimento que gera medo e apreensão em muitos pacientes. Por ser invasiva, nem sempre é bem aceita. Além disso, há uma série de restrições no pós-operatório que exigem mais sacrifícios do que algumas pessoas podem suportar. Em outras palavras, um processo irreversível, que não funciona para qualquer indivíduo.

Para quem sonha em perder peso, existem técnicas mais seguras, com resultados comprovados e, de longe, muito menos invasivos do que a cirurgia bariátrica. O balão intragástrico responde a todas esses critérios com alta eficiência. E com um detalhe adicional: o próprio organismo do paciente é quem responde à saciedade. Em 12 meses com o balão, é possível perder de 20% a 30% do peso.

O balão intragástrico está situado em uma faixa de procedimentos que é “agressivo” o suficiente para ter bom resultado, mas que não deixa alterações para toda a vida, como deficiências vitamínicas e anemias. Além disso, o organismo continua sendo totalmente normal, tendo ainda a possibilidade de se interromper o tratamento a qualquer momento e, ainda, retratar a obesidade em caso de recidiva.

O balão é inserido no estômago vazio através de uma endoscopia, o que permite ao paciente ir para casa no mesmo dia e a retornar à sua rotina já nos dias seguintes. O tratamento consiste em mantê-lo no estômago por um período pré-estabelecido, ocupando um espaço que o coloca em contato com receptores ligados à saciedade. Com o estômago parcialmente preenchido pelo balão, a sensação de estar cheio faz reduzir consideravelmente a fome, levando a um processo natural de emagrecimento.

É muito importante que o paciente atenda a certas condicionantes antes de optar pelo procedimento do balão intragástrico. A primeira delas é que ele é indicado para pacientes que tenham índice de massa corporal (IMC) acima de 27 kg/m². Existem casos em que a cirurgia bariátrica é inclusive evitada, como no caso de pessoas que sofrem de doenças cardiovasculares mais sérias, alguma doença hepática, doenças pulmonares ou renais, insuficiência respiratória, ou se não tem uma idade ideal para se submeter a uma cirurgia bariátrica.

Além disso, as pessoas que sofrem de obesidade e que ao mesmo tempo possuem quadro de diabetes tipo 2 também podem utilizar o balão intragástrico, com o benefício de perder peso e ainda auxiliar no controle de glicemia. Contudo, esse é um exemplo de caso onde a cirurgia bariátrica, ou metabólica, como é denominada modernamente, é melhor indicada que o balão. Enquanto o balão ajudaria o paciente, reduzindo a resistência insulínica periférica, a cirurgia, através do fator de Rufino, vai estimular as células L do final intestino delgado, a produzir incretinas, que vão reabilitar as células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina pelo organismo.

É evidente que fazer esta escolha é importante, mas ela só deve ser feita a partir de uma conversa com o médico. A manutenção do balão, que pode ocorrer no período de 6 a 12 meses, passa pelo desejo de perda de peso do paciente, mas também por sua condição física e até mesmo psicológica. Para quem sonha com o emagrecimento rápido e saudável, sem cirurgias agressivas, o balão, ainda que se prove o contrário, é o caminho de fato mais adequado.

O autor é o médico Leonardo Salles, cirurgião do aparelho digestivo, cirurgião bariátrico, cirurgião metabólico e presidente do Instituto Mineiro de Obesidade (IMO)


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ICARO ALISSON ROSA AMBROSIO
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